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"Pintura"

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Comunidade Kristang (cristã)

Atravessei o oceano em direcção ao Oriente.
Cheguei a Malaca onde os portugueses atracaram os barcos há 500 anos.
Aqui continuam bravos e orgulhosos das nossas tradições.

BEM VINDOS(as) AO PORTUGUESE SETTLEMENT

Pegadas de Malaca em Freixo-de-Espada-à-Cinta


Uma pedra cravada no chão em Freixo-de-Espada-à-Cinta, que me chamou a atenção onde está escrito "Os Simples - 1892".

Uma Terra longínqua desenhada no mapa que acarreta pegadas e histórias de Malaca com um passado marcante. Um lugar que considero sagrado pelo seu significado, pela sua energia e beleza rara.

Começo com o testemunho de José Costa Machado que nos guiou pelas tumultuosas estradas até Freixo-de-Espada-à-Cinta.
"No dia 19 de Maio de 2010, fomos a Freixo-de-Espada-à-Cinta onde nos esperava uma recepção inesquecível. Manuel Bosco Lázaro, cuja vinda a Portugal se deve a dois mecenas e ao apoio da Associação Coração em Malaca, fazia questão de visitar as irmãs do padre Joaquim Pintado, natural de Freixo e que fora missionário e pároco no Bairro Português de Malaca (1948-1975), pessoa a quem ele deve toda a sua educação e toda a sua formação como animador cultural.

As duas irmãs do Padre Pintado, falecido em 1997, a D. Aida e a D. Lurdes, conservam bem viva a memória do irmão e de todos os seus trabalhos pelo Oriente.

A D. Lurdes viveu 20 anos em Malaca com o irmão e reconheceu o Joe Joe, como chamou a Lázaro assim que o viu e atentou nele. D. Lurdes está à direita e tudo perguntou a Joe Joe, pela esposa, pelos filhos, pelos amigos, por casas e por vizinhos.
Foi uma saudade viva, uma emoção indescritível, um momento porventura único e irrepetível.
Como foi emotivo outro momento, já naquela fase de uma visita em que o tempo se esgotava e o regresso a Braga se fazia tarde, por compromissos já assumidos, quando Papa Joe encontrou o senhor Francsico, sobrinho de outro padre, o Padre Sendim, que estivera também em Malaca e que lá falecera.
Dois homens que se abraçaram em plena rua, chamando um pelo outro, reconhecendo-se após 11 anos, por este sobrinho, Francisco Sendim, profissional de barbearia em Freixo, ter ido a Malaca recolher as cinzas de seu tio e trazê-las para Portugal.
Entretanto foramos recebidos pelo senhor vice-presidente da Câmara e tirámos a fotografia.

Foi uma porta que se abriu, numa cidade toda recheada de memórias do Oriente.
Fomos guiados pelo professor Jorge Duarte aos dois locais de memória urgente que levávamos: a casa de D. Lurdes e o cemitério. Mas este encontro com o guia foi outro deslumbramento, quer pela síntese de vistas e de momentos históricos, quer pelas palavras pausadas e amadurecidas de projectos passados, presentes e futuros.

Jorge Duarte é um fazedor de memórias, quer organizando-lhes os espaços físicos de permanência, quer fazendo delas um levantamento sempre mais descritivo e rigoroso. Pelo meio e pelo caminho foram ficando lamentos de alguma insdisciplina contemporânea sobre pessoas, bens, serviços, ideias, pedras, cacos, que nos garantiram até hoje este tempo em que andamos.

A ideia de um museu do missionário merece-a Freixo de Espada-à-Cinta, precisamos todos nós mais dela, hão-de requerê-la como urgente os governantes, por mais dados que se quieram fazer passar pelos critérios do relativismo cultural ou do jacobinismo de trincheira.

No cemitério estão os restos mortais de dois grandes missionários do Oriente, o padre Manuel Joaquim Pintado e o Padre Augusto Manuel Sendim, mas também o padre Massa, padre em Macau mas que Manuel Bosco Lázaro também conheceu pessoalmente.
Foram breves as horas que passámos em Freixo, idos de Braga e a ela regressados por imperativo de actuação do «grupo do mestre», ou seja, por causa de uma actuação que a Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé», de que faço parte, tinha marcada em Barcelos, para a ordem local dos advogados, actuação essa que Papa Joe queria presenciar e para a qual foi mobilizado, absolutamente surpreendido, tendo tocado connosco.

Apresentei-o com pompa e circunstância, momento único para todos e ele, munido da sua viola, cantou e tocou. Dançámos uma cantiga sua, o «Bira di bairu português», uma aquisição para o nosso repertório e que fazemos questão de dar a conhecer daqui para a frente.

Todas as palavras são poucas quando se está perante um projecto desta natureza, o de dar a conhecer a um português de Malaca algumas representações deste país ou chão que foi de seus antecessores, há 500 anos partidos para o oriente e ao longo dos tempos renovados por outros.

Este projecto e esta associação Coração em Malaca tem uma persistente líder, uma espécie de alma da história que quer neste presente reintegrar todo o passado. Luísa Timóteo é uma torrente de entusiasmo, uma directriz de obras a fazer, uma vendaval de aproximações a tudo quanto possa transfigurar-nos, aumentar-nos a vontade, superar-nos o pessimismo.


Aqui está ela com o Jorge Duarte, afinal duas pedras cruciais das obras que os portugueses fazem e encontram e sonham pelos caminhos".

Depois deste testemunho, faço do José as minhas palavras e partilho com vocês uma fotografia enviada pelo Duque de Edimburgo, exposta na casa das irmãs do Sr. Padre Pintado.

A fotografia contém a seguinte legenda:
Malaca, 6-03-1972
"Ainda estais em Malaca?"
Duque de Edimburgo.


Obrigado a todos pela vossa colaboração e calorosa ecepção que tivemos em Freixo-de-Espada-à-Cinta e em Braga.

Até breve.

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1 comentário:

  1. Adorei.
    Fico feliz, porque Trás-os-Montes, de onde sou natural, sempre foi local de evangelhizadores, e embaixadores da nossa cultura.
    Lamento ainda não ter ido a Freixo-de-Espada-à-Cinta.Sobretudo, porque li, recentemente, que esta cidade Transmontana é,em Portugal, a que mais monumentos tem do nosso "manuelino".
    Um beijo amigo para a D. Luísa do Manuel Ribeirinha

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